24 de novembro de 2017

just another night

I turned off the room's lights. I just left the yellow lights string on [you know the ones]. I'm shaking. I feel pressure on my stomach, some kind of anxiety mixed with wanting to cry. It's not a good feeling. But it's still nothing compared to that daily sensation I feel whenever I think about you. It's not that it's not good. It's just, even though it's good, I stop it so it's not too good. And hurt even more.

My breath is still out of control. I'm not going anywhere. I don't have plans. But my thoughts go far away, come back, and make me remember thinks I shouldn't. Or should. I honestly don't know. If I should, why does it hurt? If I shouldn't, why do my thoughts insist? When I tell you it's a constant battle: it is.

And I stopped here. I stopped because I don't know where else to go. I really don't know.   I wanted to write something like ishpufiheufbefsfsb damn! This really relieves me. And just that. And that would be enough. Did you understand what I wrote? It's as much as you understand of what I say. It's as much as all the others are able to understand of what's going on inside of me. Nothing.

That doesn't hurt. That's not what hurts. It's me understanding. Trying to explain. And not being able to. That's what hurts. It hurts looking at me and feeling broken, grabbing everything that's been lost and not wanting to be stuck back again. It's wanting, for a instance, not being me again. Funny. M-E. It's only two letters and I take nineteen years trying to figure out what it is.

Sometimes I have doubts. Stupid doubts. This feeling. Love. But it's this chill in my stomach. This will of wanting to sidufsfnsjfnsubsufs and leaving the rest blank. The will to go there. The will to duplicate the nights we spent having conversations as stupid as my doubts. this is what takes my doubts away. And increases the anxiety. When does it end? I understood that it's when that M-E wants. Until then, I'm gonna keep on trying to figure out who that is.

These are the reasons that make me ask you not to doubt me. To put yourself where I am [but leaving fast because it's too dangerous here]. These are the reasons that make me be sure that there are no doubts when it comes to love.

I still feel pressure in my stomach. I'm still shaking.

Worse.

I still love you

21 de novembro de 2017

Aniversário de uma, presente da outra

Celebraste mais um dia de vida. E a presenteada fui eu, por te ter. 
Disse-te que iria escrever este texto, e fi-lo. Não só porque tu mereces, mas porque eu preciso. Preciso de te dizer algumas coisas: umas eu disse-te nos nossos momentos de partilha, outros talvez eu tenha deixado para a melhor altura. Talvez esta. 

Depois dos [talvez melhores] seis meses que passámos juntas, tive a oportunidade de partilhar a minha experiência com outras pessoas, e através delas perceber muitas coisas que ainda não tinha entendido. Sabes, quando vim para Lisboa estava decidida a fazer o curso de organização de eventos e se não houvesse vaga então tentar o design gráfico. Acontece que fui empurrada para o comércio. Eu não entendia. Mas nem sequer foi algo com que me questionasse na altura. Afinal, eu nem conhecia Deus para questionar a alguém o que se passava na minha vida. Então só aceitei. E tornei-me uma apaixonada pelo curso de comércio. Achei mesmo que aquilo era a minha cena, imaginava-me a atender ao público, imaginava-me a impingir vendas, a ter um grande negócio. Agora entendo que Deus colocou esse amor em mim. Colocou esse desejo, e essa vontade, para que o seu propósito se cumprisse. 

Depois de um ano de curso, conheci Jesus e quis começar a partilhá-lo com todas as pessoas que me rodeavam. Fosse nas aulas, nos tempos livres ou à hora de almoço. Mas as coisas não correram bem como eu queria. Na verdade [confesso que] o meu grande plano era converter um por um. Como podemos concluir: sem sucesso. [hahaha]

Mas, em ti surgiu algo. E não preciso de especificar como tudo foi acontecendo. E tudo o que aconteceu (convites para reuniões de jovens, convites para cultos, conversas sobre Jesus) contribuiu e fazia parte do grande plano de Deus para a tua vida. E aquele estágio foi para nós o BOOM! que precisávamos. 

Deus ama-nos e quando nos quer mesmo pertinho dEle: é pelo amor ou pela dor. E eu sinto que foste um misto entre ambas. Conheceste o Seu amor, mas foi nos teus momentos de dor e aflição que percebeste que Ele poderia concertar todas as coisas. E foi mesmo assim. 

Hoje, ao refletir sobre isto, eu ainda não sei se o curso de comércio me vai ajudar na minha carreira profissional da maneira que desejei inicialmente. Mas não me importa. Se aqueles três [intensivos!!!!] anos de curso e meio ano de estágio no estrangeiro serviram unica e exclusivamente para que eu pudesse acompanhar-te e levar-te à melhor oportunidade para aceitares Jesus como teu Senhor e Salvador........ 

Valeu tão, mas tão a pena! E assim como "vimos Deus mover montanhas e o veremos mover novamente"..... 

Eu faria tudo isto. Tantas vezes quantas as que Deus move as montanhas. 

Ele faz isto, porque nos ama. 
Eu faria tudo isto, porque te amo! 


1 de novembro de 2017

família

Durante anos vivi com medo do que esta palavra me podia trazer à memória. Hoje, vivo com medo do que ela pode não ter na memória. Quando imploro para que o meu coração entenda que é assim que vai ser, que não se pode amar por todos, que cada um escolhe a forma como quer agir, lembro-me que não tenho que lhe ensinar isso. Lembro-me que não quero que o meu coração se esfrie porque outros estão congelados. Quero que ele entenda que eu não posso amar por todos mas posso amar cada-um-deles, que não posso escolher a forma como agem, mas posso agir de uma forma que se diferencie tanto que os faça repensar. 

Queria, um dia qualquer, dizer-lhes. "lhes" aos da minha família. Aos que não escolhi. Dizer-lhes que eles não sabem, mas se eu pudesse escolher, escolhia-os novamente. Aos que já passaram, aos que estão e aos que hão de vir. cada-um-deles.

Eles não sabem, mas são especiais, eu amo-os. Eles não sabem, ainda. Mas um dia, qualquer dia, eles vão saber. Que são especiais. Que os amo.



26 de outubro de 2017

o eu que sempre quis ser [e que não é]

O eu que sempre quis ser não é, sem dúvida, o mesmo que estou a viver. E ainda bem. Quando era mais nova, digo, pela altura do secundário, tinha muitos sonhos, um deles é que queria ser cantora. Quem me conhece dirá, que isso realmente jamais passaria de um sonho. Porque não canto bem nem algo que se assemelhe, mas com aquela idade eu não entendia isso. Eu gostava de cantar e era o suficiente. E não era? Realmente era. Mas eu não sabia. Não digo com isto que eu deveria ter seguido a área da música, porque agora eu dou graças por não tê-lo feito. Mas ninguém me pode dizer que não daria. Eu gostava do que fazia, e eu tinha um sonho. Se se ia realizar ou não, só todas as etapas da vida me poderiam mostrar, não deveriam ter sido as pessoas a anular essa possibilidade. Nunca devem ser outras pessoas a anular possibilidades que devemos ser nós a decidir. 

O eu que queria ser era alguém muito independente. Alguém capaz de fazer qualquer coisa, sem depender, ou sem, de alguma forma, sentir a necessidade de ter uma pessoa ao lado. E sabem que mais? Isso é o oposto de quem sou hoje. Considero que consigo desenvolver as minhas ideias sozinha, mas afirmo que saem muito melhor se forem feitas com alguém do meu lado. Porque eu sinto falta de pessoas, eu preciso de pessoas e eu amo pessoas. E quando era mais nova diziam-me que eu tinha que me habituar a não ter ninguém para estar lá e ajudar-me. É isso que realmente devemos ser? Pessoas que não precisam de pessoas? Isso não nos torna independentes, torna-nos solitários. E isso é muito diferente.....muito diferente. 

O eu que queria ser era alguém capaz de mudar pequenas coisas que fazem grandes diferenças. E eu tenho conseguido. Porque aprendi a ser surda ao que muitos me diziam. Aprendi a tapar os ouvidos quando me diziam que somos uma gota no oceano e que por muito que queiramos mudar alguma coisa no mundo, é difícil e quase impossível. Só é impossível se não nos levantarmos e começarmos a agir. 

Não deixes que alguém dite o que é possível ou não na tua vida. Não deixes que apaguem um sonho só porque não o vêm em ti. Se tu vês, luta por ele e descobre por ti mesmo se é o que realmente queres ou não. O eu que queres ser, pode não ser aquele que realmente vais ser, mas que não seja porque alguém te disse que não conseguirias, ou que não era para ti

25 de outubro de 2017

ancorada no amor

Há algum tempo que queria mudar o rumo deste blog, porque sem dúvida o título "Diário, não contes a ninguém" a certa altura já não fazia sentido. Inicialmente este era um espaço que para mim significava estar sozinha, tornar escrito o que eu sentia, mas que de alguma forma não queria partilhar. Hoje, esse conceito muda. Este espaço tornou-se o local onde me sinto compreendida por quem o lê, e não porque o inventei na minha cabeça, mas porque mo foram dizendo e partilhando.
E se antes este era um espaço escuro e com cara de "reservado" hoje é um espaço claro, criado para transmitir paz e a certeza de que aqui tudo é escrito para alguém, que de algum outro lado, vai compreender [ou tentar] o que se está a passar. 
Não vou escrever como se tivesse um público à espera, vou escrever como tenho feito até aqui: quando sinto que devo e quando tenho realmente algo a dizer. Este espaço não é movido a datas, nem a quantidade de textos semanais, mensais ou mesmo anuais. Sinto-me extremamente grata pela quantidade de pessoas que, de alguma forma, se foram dirigindo a mim, encorajando-me a continuar com este espaço, não só porque gostavam da minha forma de escrever mas porque se identificavam, e isso é o mais importante para mim. É o que me faz mover neste espaço. O saber, que do outro lado, alguém sente cada vírgula do que tento transmitir. É uma honra ver este espaço crescer. Ver que cada vez mais pessoas encontram aqui uma casa também. 

Descalça-te e sê bem-vindo. 

19 de outubro de 2017

a special person

Este texto talvez seja dos que mais anseio fazer. Porque se trata de uma das pessoas mais especiais que já conheci. E talvez tu não tenhas noção disso, ás vezes nem eu tenho. Mas há dias em que eu olho para qualquer coisa e pergunto-Lhe [porquê?]. São muitos porquês para esta minha cabeça. E tu sabes a maior [se não a total] parte dessas perguntas. Há outras que tu ainda desconheces. Mas o maior porquê, surge quando penso que não sou digna de ter a tua amizade. Não sou. Não sou mesmo. Demasiado especial. Outros dias eu penso que tu não me mereces. Demasiadas palavras saem da minha boca e torturam a última gota de paciência de alguém. [descobri que tu tinhas gotas extra em muitos momentos], mas cada palavra sai sentida, cada palavra sai com significado, cada palavra não é só uma palavra, é tanta coisa. E eu sei que tu entendes isso, na maior parte to tempo.  

Hoje, eu quero usar o teu aniversário como pretexto para te dizer tanta coisa que se me vai escapando [ou que simplesmente tenho medo] de dizer durante os outros dias. Foste incrivelmente moldada de uma forma tão diferente que cativa aqueles que te percebem no primeiro instante. Cativas sem saberes que cativas. Há alguma coisa em ti que te torna diferente, e que vai mudar muita coisa em muita gente. O teu coração. Não te canses de o usar da melhor maneira. Não desistas do que tu sabes que é [mais] importante. Não te esqueças, da única coisa que no fim, vence. [o amor] 

[o amor] vence, sempre. 

E se isso é uma das coisas que temos em comum, nós temos conseguido conciliar muito bem. É o nosso equilíbrio que nos permite diversos momentos [que jamais consegui com outras pessoas]. É o nosso equilíbrio que me permite partilhar versículos contigo, ouvir perguntas e tentar responder da mesma forma que gostava que me respondessem. É este equilíbrio que me permite partilhar a minha fé. É por este equilíbrio que eu coloco alarmes para orar por ti com a Drika. É este equilibrio que permite aquela mensagem antes de eu partir para Barcelona [e que até hoje sussurra no meu ouvido]

É por este equilíbrio que eu Lhe peço que mude mentalidades. Que mude este mundo que em vez de pregar o amor que vence, prega o amor que mata

Obrigada por me teres aturado até aqui. Por não seres fácil. Por desafiares. Por seres diferente. Por não desistires. Por me deixares dormir em frente à câmara. Por adormeceres em frente à câmara. Por contares as melhores piada. Por veres aqueles vídeos comigo [repreendidos em nome de Jesus]. Por partilhares a tua vida comigo. Por me deixares partilhar vida. 

Por seres a Joana Campos,
que eu não merecia, 
que eu não mereço,
e que nunca vou merecer. 

Love you Darlene Lula 

[ah, parabéns!] 

10 de agosto de 2017

o toque suave



Estava tudo tão escuro, 

Não era a luz apagada do quarto, 
Não eram os meus olhos fechados, 

Era o meu interior, o mais intimo, 

Eu tentei que a música falasse por mim. 

"Deixa eu ficar, neste lugar, todos os dias, da minha vida"
- dizia, e eu repetia em forma de oração - 

Porque sim, eu queria ficar naquele lugar secreto,
todos os dias, da minha vida, naquele encontro só eu e tu.

No meu quarto, no escuro, no nú do meu ser,
sem medo de me inundar em lágrimas que lavam a alma,
sem medo que tu tocasses a ferida,

com o toque suave que diz "eu posso curar isso",
e há por acaso algo que não possas curar?

há,
o que não deixamos. 
___ 

Ainda assim eu pensei que estavas com algum problema, 
de audição, 
Ou que te tinhas esquecido de como podias comunicar, 

No meio de tantas perguntas, parecias tão calado, 
Eu não gosto de falar e só ser ouvida, 
Sim, eu sei que ouviste tudo. 

Eu não gosto de não obter resposta. 
E eu queria uma
Não me a deste. 

Restava-me o que restava. 
As lágrimas que me aliviavam. 

E acompanharam-me até adormecer.

Acordei, 
Mas tu já tinhas acordado antes de mim. 
Deixas-te uma mensagem, 
Tão clara, 
Exatamente o que sabias que eu tinha que ouvir. 

Eras tu, eu sei que eras. 
Não há outra explicação. 

E não preciso de outra explicação, 

Resta-me aceitar que nunca me largarás, 
Resta-me aceitar que me amas assim, 
Resta-me aceitar que não desistes, 
Resta-me aceitar que assim és Tu,
Resta-me aceitar que só me restas Tu.  

17 de junho de 2017

Lucas 15


A Ovelha Perdida.

Nesta primeira história temos que ser a pessoa que vai mais além do limite. Conta-nos a história de um pastor que tinha 100 ovelhas. Uma delas perde-se. E esse pastor em vez de dizer "Wow, continuo a ter 99, logo virá a altura da reprodução e não há problema", ele foi buscá-la. E não diz que a foi buscar a um prado verde. Deixou as 99 ovelhas e foi ao deserto buscar a que se tinha perdido. Um deserto não é um lugar para estar sozinho: é perigoso, incerto, desconhecido e desabitado. Não encontras alguém como tu para dizeres "não estou sozinho". E este homem entra no deserto sem saber qual será o resultado. A sua ovelha ainda estará viva? Num deserto? Sem comer? Sem beber? Vai sequer encontrá-la?


Atenção, um deserto não tem que ser um sítio físico.

Temos que ser esta pessoa. Que olha para o deserto e diz "Não tenho medo, não importa o que possa encontrar, eu vou".

Lá fora, na nossa cidade, não há nada que entregue vida. Pode estar cheio de luzes, de festas mas a Biblía diz. "Todos os que não estão em Cristo, estão mortos e não têm esperança".

Como pastores, (porque todos somos pastores. Pastor não é um título, é uma responsabilidade e um compromisso que tomamos quando dizemos a Jesus que queremos levar pessoas a conhecê-lo. Se servimos e somos apaixonados pela igreja de alguma maneira somos pastores) temos que desesperar-nos pelos perdidos que estão lá fora.

Diz, na história que "com alegria" pega na ovelha e coloca-a nos ombros. Sinceramente qual seria a nossa vontade? Carregá-la nos ombros para não a soltar até estar segura? ou dar-lhe um berro e empurrá-la até ao curral? Podemos calcular o final da história: alegria. 

Mas existem dois lados. 
E as outras 99 ovelhas? 



Às vezes como ovelhas não o permitimos, queremos tudo muito cómodo. Não importa se não estamos todos os domingos, não importa se não temos o nosso grupo de conexão/pequeno grupo no dia x, não importa se temos que ir ao outro lado da cidade, apanhar metro, andar a pé, se for para encontrar um. As 99 ficaram num deserto, não ficaram num lugar cómodo, ficaram apertadas num curral, sozinhas. Vamos estar juntos como estas ovelhas, vamos defender-nos, cuidar uns dos outros, orar uns pelos outros, carregar os fardos uns dos outros e quando o deserto queimar, fazer sombra uns aos outros. Mesmo que não tenhamos tudo cómodo: vamos por mais. 

7 — Pois eu lhes digo que assim também vai haver mais alegria no céu por um pecador que se arrepende dos seus pecados do que por noventa e nove pessoas boas que não precisam se arrepender

Às vezes pensamos que a nossa fidelidade merece um aplauso do Céu, quando a nossa fidelidade é o que Deus requer de nós. "Senhor, leio a Bíblia todos os dias, sirvo na igreja, dou o dízimo"

O aplauso do Céu vem quando um coração se arrepende e volta a casa. 

Acende uma Lâmpada, Varre a casa e Procura com Cuidado. 

procurar os perdidos na nossa cidade

Normalmente quando perdemos algo começamos a procurar desesperadamente, depois varremos um pouco e por fim acendemos a luz. A Palavra de Deus diz que a Bíblia é lâmpada para os nossos pés. Quando damos algo por perdido, devemos ter essa luz presente e pronunciá-la. Antes de fazer seja o que for devemos pronunciar a Palavra de Deus para procurar o que está perdido. Qual foi a última vez que olhámos para as ruas da nossa cidade e pronunciámos palavra de salvação? Quando pronunciamos e declaramos as promessas de Deus estamos a acender a luz para poder procurar os perdidos. Sem vergonha de colocar versículos nas nossas redes sociais, colocar autocolantes no carro, imagens no telemóvel, no nosso vocabulário devemos pronunciar a Palavra de Deus. Varrer significa retirar obstáculos do meio, retirar a sujidade, retirar o que está ali e não deve estar. Muitas vezes achamos que encontrar os perdidos é arrastá-los para a igreja, talvez tenhamos que varrer um pouco: ofensas, críticas, dor, orgulho, atitudes, preguiça. Varrer obstáculos para encontrar o perdido. Procurar com cuidado e não apenas por alto. Lembramos-nos quando não encontrávamos algo, perguntávamos à nossa mãe e no fim ela encontrava sempre? Porque as mães procuram a fundo.

Temos que procurar com esse cuidado, e com os olhos abertos quando vamos trabalhar, não estamos simplesmente a ir trabalhar: somos representantes do Reino dos Céus, somos embaixadores do Reino dos Céus no nosso trabalho, na nossa escola, na nossa família, na rua. Não coloquemos apenas auriculares e passeemos tranquilos, porque há perdidos que gritam para serem encontramos, mas também há outros que não gritam e temos que prestar um pouco mais de atenção.

Parábola do Filho Perdido

Os porcos naquela altura eram animais considerados impuros, desprezáveis, vemos que este homem não simplesmente cuida dos porcos como come o mesmo que eles. Um homem que desonrou o seu pai, pediu a herança, gastou tudo e agora está entre os porcos. Um homem que segundo os religiosos não merece atenção, nem uma oração, nem um suspiro, nada. Regressou a casa do seu pai, e mesmo de longe o pai já estava a sua espera pronto a recebê-lo de braços abertos e fazer festa. Festa por encontrar o perdido. Encontrar o que estava morto. Este pai não perdeu a esperança, em vez de fechar as portas e focar-se no que tinha dentro, colocou-se à porta com esperança de encontrar o perdido. Sejamos este pai. Mas o filho mais velho ouviu toda a festa e ficou extremamente chateado, considerando que tinha dado tudo e não tinha recebido nada. Ao contrário o pai disse-lhe que todo este tempo, tudo o que era seu era dele também. 

Que nunca chegue este momento ao nosso coração, porque a realidade é que trabalhamos duro na igreja, mas que jamais chegue o dia em que o nosso coração dá a volta e perguntamos a Deus "Porque é que trabalho como um burro para os outros?" . Ele irá responder-nos "Não entendes que és meu Filho? Tudo é Teu também". Somos Filhos, toda esta festa é nossa também, fazemos parte. O pai disse ao filho que ele não tinha recebido nenhum cabrito ainda porque não tinha pedido. Podemos desfrutar de Deus, podemos desfrutar de tudo o que Ele tem para nós. Esse é o Seu desejo também.


Somos irmãos mais velhos destes filhos perdidos que encontram a nossa casa. Queremos dizer "Senhor, queremos que o foco esteja neles". Às vezes é incomodo, e gostávamos que fosse tudo sobre nós, mas este é o mundo a que Deus nos chamou: um mundo desesperado pelo Seu Amor. 

9 de junho de 2017

special day


Eu queria ter estado sentada à mesa do teu jantar de aniversário. Na cadeira mais longe de ti, na cadeira mesmo ao lado, ou mesmo sem cadeira: em pé. Não importa, eu só queria ter estado. Mas não estive. Estou sentada na minha cama, com o coração apertado, por não estar contigo. Mas é uma dor boa. Dói porque sinto saudade. Dói porque és especial para mim. Dói porque queria celebrar a tua vida, contigo. Dói mas é a dor do amor. E fico feliz por sentir esta dor. Se não a sentisse, era como se tudo isto fosse indiferente. E da indiferença eu só quero distância. 

Não somos amigas de nascimento. Não somos amigas da primária. Nem do básico, nem da secundária. Somos amigas há muito pouco tempo. Mas ainda bem que amizade e amor nunca foi sobre tempo. Nunca foi sobre dias contados, meses contados, anos contados. Amizade e amor é sobre momentos passados, sentimentos partilhados, abraços apertados e risos que se perdem a conta. 

Amizade e Amor é sobre querer conhecer o coração do outro. É sobre querer entender. É sobre chegar no mais escuro do outro, e querer iluminar. É sobre encontrar as melhores qualidades no que outros chamam "defeito". É preocupar-se com o ar preocupado do outro. É entender que a escrita muda quando nem tudo está bem. É parar o relógio de madrugada para ouvir os problemas do outro. É dizer "eu entendo", "eu estou aqui" quando não há mais nada que possamos fazer, e não importa: é isso mesmo que devemos fazer: entender e estar lá. Isso é tudo e é o melhor. Não é o melhor por ser o único, mas é o único por ser o melhor. 

Então, é claro que o que sinto é sobre amizade, e amor. É sobre ter encontrado no teu coração o melhor lugar para estudar, é sobre ter percebido que o mais especial em ti está lá dentro, onde poucos procuram, é saber que sou uma privilegiada por ter encontrado tamanho tesouro. É sobre saber que em meio a uma Sara alegre, nas madrugadas mais escuras há uma Sara que se sente meio perdida. E está tudo bem. Somos humanos, perdemos-nos. Mas somos encontrados, por outros humanos que nos amam. É tudo sobre olhar para ti, ouvir-te e agradecer. Agradecer pelo privilégio de te conhecer, de conhecer o melhor de ti: o teu coração. 

Obrigada, obrigada por me dares esse privilégio.Obrigada pelas partilhas: das palavras, dos risos, dos abraços, dos medos, dos sonhos, obrigada pela partilha da vida. O mais valioso que temos. Obrigada pela noite de discoteca via skype, obrigada pela almofada que dorme comigo todas as noites, Obrigada por seres quem és. Obrigada por acreditares que o mais difícil é o melhor. Obrigada por acreditares que vale a pena lutar por quem somos, pelo que amamos. Obrigada por acreditares que o Amor é Amor em qualquer circunstância. Obrigada Grin Áis. 

Parabéns, afinal o texto era sobre isso. Na verdade o texto era sobre ti, eu só utilizo o teu dia de aniversário como pretexto para poder fazer um texto destes sem ser chamada de chata. 
Em tudo aquilo que em cima eu me mostrei agradecida, tu estás de parabéns. 

Desejo-te o melhor da vida: a vida. A vida é o melhor que temos, o privilégio de acordar, respirar e poder viver. Livres. Desejo que continues com esse coração: mais valioso que ouro. Desejo que continues a Amar tão intensamente como tens feito. Desejo que sejas imensamente feliz durante toda a tua vida, feliz no sucesso, e feliz nas dificuldades, porque sem ela não cresceríamos. Não são os anos que nos fazem crescer: são as experiências. Então sê agradecida por cada uma delas: boa ou má. 

Desejo que todo o amor que tens dado não possa ser comparado ao amor que ainda vais receber.

Ama e sê amada. 

Love you Grin Áis 

5 de junho de 2017

crer em milagres


crer. 
milagres. 

Nem sempre acreditei. Demorei muito para acreditar. Eu precisava de ver para crer e não entendia que para ver precisava de crer. Não existem milagres sem fé. Não existe fé sem confiança. E eu não confiava. Não o suficiente. Era a seguidora de Jesus que ficava atrás dos outros para ver acontecer nas suas vidas e aos poucos começar a acreditar que isso poderia acontecer na minha. E realmente isso aconteceu. Eu pude presenciar milagres na vida dos que eu amava. E veio a frustração, frustração porque eu não presenciava os meus milagres, frustração porque eu estava na plateia quando era especialmente convidada a participar. 

Aos poucos eu entendi. A minha oração não deveria ser feita com a dúvida "será que Ele me vai ouvir?". Essa deveria ser a minha maior certeza. A questão não era o quanto Deus poderia responder à minha oração, mas o quanto eu acreditava que Ele o iria fazer.  

E Ele faz. 
Ele fez. 

Jesus tinha um curriculum enorme de milagres. Jesus continua a ser o mesmo, e agora está sentado à direita do Pai. Qual é o motivo para dúvida?

A nossa fé. A dúvida não está em Jesus, está em nós. 

11 de maio de 2017

valor


[Génesis 1:1-31]  No princípio criou Deus o céu e a terra. E disse Deus: Haja luz; e houve luz.E viu Deus que era boa a luz.E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Tudo iniciou com uma criação perfeita. Tudo era bom até Deus criar o homem, e quando olhou para nós viu que agora era muito bom. Somos diferentes de tudo que Deus criou. Porque fez-nos à sua imagem e semelhança. E por isso o nosso valor é inigualável. Mas não termina aí. 
Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?

Mateus 6:26
E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.

Lucas 12:7
 Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei.

Isaías 41:9
Qualquer criador fica orgulhoso da sua obra, mas é incrível a maneira como Deus o demonstra. Desde o principio que se alegra do que criou. E mesmo quando nos desviámos dEle, mesmo quando destruímos todo o nosso relacionamento, estávamos perdidos, escravos do pecado, e o nosso resgate tinha um preço. Alto. E alguém tinha que o pagar. Ele. Ele pagou. Ele enviou o Seu Único Filho para nos salvar. Porque Ele sabe o nosso valor, e não só sabe como quer que saibamos também. Não faz nada escondido, nada que seja difícil de compreender. Deus já sabia que muitos não nos dariam valor. Deus já sabia que muitos não iriam ser gratos pelo que lhes damos. Por isso desde o principio deixa claro o nosso inigualável valor. O Rei, o Criador dos céus e da terra, O que a morte venceu reconhece o nosso valor, chama-nos de filhos, chama-nos para viver uma eternidade com Ele.

Deus também deixou claro que não ia ser fácil. Mas relembra-nos que Ele venceu.
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.
João 16:33
A nossa tarefa é difícil. Em meio à dor o único recurso é "ter bom ânimo". Mas por ser o único não significa que não seja o melhor. E também não é o melhor só por ser o único. Mas porque não estamos a falar de um vizinho, de um mágico, de um presidente. Estamos a falar de Jesus.
Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai.João 14:12
Wow. Jesus não se satisfaz com pouco. Nem quer que nos satisfaçamos com pouco. Cremos em Alguém que curou paraplégicos, fez cegos verem, fez mudos ouvirem e quando se prepara para voltar a casa do Pai, diz-nos que quem crer nEle coisas maiores fará. Como assim seu lindo? Coisas maiores? É isso que precisamos de descobrir. Descobrir o que Deus espera de nós. Que tudo o que Ele nos der seja para os outros, sem esperar nada em troca. A "troca" do que fazemos já nos foi dada. Por Ele. Não estamos a dar nada que não tenhamos recebido primeiro. Amamos porque Ele nos amou primeiro. Valorizamos porque somos valorizados por Ele. Damos porque Ele nos deu. Ajudamos porque Ele nos ajuda e capacita.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas Eu vos tenho chamado amigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai Eu compartilhei convosco. João 15:15
Já não somos servos de Jesus, mas amigos.
Temos valor. Pertencemos ao clube dAquele que já venceu. 

2 de maio de 2017

achou-me


Pensei que tudo estava destruído, pensei que nada tinha valor, nada inclusive eu. 
Eu não tinha uma direção, nem tinha escolhido um caminho, na verdade eu não estava numa caminhada, encontrava-me parada há espera de "alguma coisa" que provavelmente era nada.
Ao olhar para mim encontrei alguém envolvido em fita adesiva e rotulada de "frágil" acompanhado de "não tocar". Nem eu mesma tocava. Tudo em mim era apenas tudo o que já tinha sido. 

Não, eu não era uma vítima. Não, não me faltava dinheiro. Não, eu não era uma criança desfavorecida. Eu só não era. Não era eu, e então não era absolutamente nada. Se não formos nós, somos o quê? Se não formos quem somos gerados para ser, somos o quê? Não fomos criados para ser cópias de outra pessoa. Ninguém saberá ser como nós. Não saberemos ser alguém a não ser nós. E eu não sabia ser eu, porque eu não sabia quem o "eu" era. 

Passei muito tempo sem saber quem era. 

Mas havia alguém que me conhecia melhor que eu mesma. Alguém que conhecia cada estrada do meu coração e cada pessoa que lá mora. Alguém que tem registado cada fio do meu cabelo. Alguém que se derrete ao observar-me, ao observar a sua criação. Houve alguém, que no meio da minha escuridão me apresentou luz. Duradoura. Eterna. Não aceitei até me serem apresentadas as condições, e entre muitas, a melhor: sem conta para pagar no fim do mês. O preço foi pago, há milhões de anos, para a eternidade, podemos então imaginar quão grande foi. E quem pagou até hoje não mostrou arrependimento. 

Quem também não mostrou arrependimento fui eu, após aceitar essa luz em mim. As condições eram verdadeiras: não houve pagamento. Arrancou toda a fita adesiva, e envolveu-me no seu amor. No lugar de "frágil" rotulou-me "vencedora".  Não me pediu nada que não lhe pudesse dar. Não me deu carga alguma que não pudesse suportar. 

Ele não é alguém que ama. Ele é o Amor. Entreguei-lhe o meu coração e Ele mostrou-me a minha melhor versão: a que Ele criou. Eu não tinha um caminho, porque Ele é o caminho. O único. Eu não tinha uma verdade sobre a vida, porque Ele é a Verdade, e a Vida. Eu não tinha nada, porque eu não O tinha. Agora eu não tenho tudo, mas não preciso de mais nada, porque eu O tenho. 

E já sei quem sou, absurdamente amada e desejada pelo Pai de todas as coisas.  


21 de abril de 2017

o passado

não diz quem somos, mas "faz-nos" ser quem somos,


acordo, tomo o pequeno almoço e penso no passado, 
sento-me na cama, encosto-me à parede e penso no passado,
saio de casa, caminho pela rua estreita até à paragem de autocarro e penso no passado, 
sento-me no autocarro, olho pela janela e penso no passado,
saio do autocarro, subo os malditos treze degraus do centro comercial, sento-me no primeiro banco que se avista logo à entrada (o único que apanha sol) e penso no passado, 
16h00, entro ao trabalho, vendo sapatos, dobro camisolas e penso no passado, 
entre o silêncio da loja e o barulho que se ouve de fora, penso no passado,
21h00 saio do trabalho, desco os já-não-tão-dificeis degraus e penso no passado,
entro no autocarro, sento-me, procuro a lua ou meia dúzia de estrelas para ir vigiando e penso no passado, 
desço do autocarro, caminho quinze minutos até casa e vou pensando no passado, 
abro a porta do prédio, chamo o elevador (que por incrivel que pareça está sempre no andar mais alto do prédio e demora séculos a chegar) e penso no passado,
entro em casa, janto enquanto olho para a parede e penso no passado, 
deito-me na cama, e é quando penso em pensar no passado sem me dar conta que vivi o dia no passado porque só pensei nele.  

Porque é que nos condenamos tanto por pensar no passado? também não sinto que deva pensar no futuro. afinal, o futuro não tem nada para pensar, ele ainda não existe, é perder tempo. o passado ainda que não pensemos nele, ele existe. caminha connosco, não importa onde iremos. nunca nos livramos dele. tudo bem dizerem-me para focar no presente, faz sentido, mas já o fazemos, até mesmo quando não queremos ter que lidar com ele, nós temos. 

e não importa o momento do dia, tudo parece uma confusão, e então entrego nas mãos do Único que me faz esquecer que o passado não se pode apagar, que o passado não diz quem eu sou, mas que me construiu em parte, entrego nas mãos do Único que pode mudar o meu futuro estando em cada segundo do meu presente, entrego nas mãos do Único que me dá paz suficiente para não enlouquecer com o passado, presente e futuro que mudam constantemente, porque tudo é passado, até o inicio deste texto. 




17 de março de 2017

casa

Ao fim do dia, quando o cansaço já fala mais alto que tudo, só queremos ir para o nosso refúgio, e até há bem pouco tempo achei que o meu tinha quatro paredes, a minha cama, e as minhas melhores memórias coladas na parede. 

O quarto foi escolhido a dedo, e não é assim que as casas devem ser? Escolhidas a dedo por nós e para nós. Escolhi cinzento porque não é uma cor nem demasiado clara nem demasiado escura, e o equilíbrio é sempre algo bom, mesmo que não o tenha sempre presente na minha vida. Os pormenores rosa e branco são "a minha cara" e todos os que lá entram dizem o mesmo. As dezenas de fotografias contam as melhores histórias da minha vida, os melhores momentos e as melhores pessoas que já se cruzaram comigo, 

O quarto não tem janela para o exterior, a única janela tem acesso ao interior da casa, acaba por parecer um circulo sem fim que retrata muito bem a realidade, quando nos nossos problemas tentamos refugiar-nos em algo e qualquer saída nos levará ao problema que não resolvemos ainda. E isso sem dúvida acontecia quando a minha avó me mandava fazer algo e eu não fazia. Eu não tinha saída, por onde quer que saísse o problema estava lá. A minha avó ia continuar a gritar o meu nome, mesmo que ela tivesse que entrar pela janela do quarto. (e esse era o menor problema para ela, acreditem) 

Quando comecei a fazer a mala de viajem para Barcelona, eu literalmente queria dobrar o meu quarto em várias partes, guardá-lo na mala, trazer para a nova morada dando-lhe ainda uma experiência incrível de avião, desdobrá-lo e aqui estaria ele. Mas não é mesmo assim. Então dei por mim com uma mala cheia,  um quarto vazio, e a maior dor no peito.

Mas não tão grande como quando tive que regressar aquele sítio. 

Depois de um mês e alguns dias voltei a Portugal, ao meu quarto, que de "meu" não parecia ter nada. 

Estava vazio.
 
Então percebo que não importa. Não importa que não hajam fotografias na parede quando tudo o que elas retratavam está eternizado da memória de quem esteve presente. Não importa que não existam pormenores rosa e brancos para serem "a minha cara" se quando alguém se voltar a encontrar comigo poder dizer que esta sou eu. 

E esta sou eu. Eu que pensei que o meu coração não poderia ser mais grato do que já era. Mas ele pode. Gratidão não tem limite. E vem sempre acompanhada de muito Amor. Esta sou eu, imensamente grata por tudo o que estou a viver. Por cada pessoa que estou a conhecer. Por cada vez que me dizem que "sou diferente" e eu ainda fico sem entender. Porque talvez a diferença está em olhar e entender tudo da forma mais humilde e sincera possível. Porque quatro paredes não fazem uma casa, nós fazemos. Escolhemos quem somos. Por nós e para nós. E o melhor? Isso tem sempre impacto nos outros. 

Se eu quiser refletir quem quero ser num quarto, se eu quiser encher o meu quarto de amor? Não tem mal. Mas é bem melhor refletir quem quero ser em mim mesma, encher-me de Amor. Para que outros usufruam de isso também. 

E não importa para onde iremos, essa casa nunca estará vazia. 

8 de março de 2017

i am

TIRED.

I wrote four lines the first time I started this, but the way I wrote it was definitely not me, it was not how I wanted to write, much less how I am. I dont want to write in a short and direct way when nothing that happens around me is being short and direct. I dont want to write as if im sitting with a tea in my hand and trying to drop words about how life is going if I really have an enormous desire to scream, cry or just grab something so strong until I cant feel my hands.

Nobody said that all of this was going to be easy, and that's okay. No one said that we were going to be able to solve all our problems, and honestly, that's okay too. No one said I was going to smile every day, and you know what? Okay, but having to hide all of this, having to hide all the bullets that are fired, is cruel and it's stifling.

How much longer will I have to give up who I am so I can show others what I want to be? It's like putting your foot first before you take the step. I don't want to live like this, even though I'm doing it, I want to stop. I need to stop. 

I realized that I loved you. In fact, I don't think that you can "realize", I just felt that I loved you. How can I not? It's so intense. But I loved you the wrong way, I mean, I love you the wrong way. I'm sorry, is there even a wrong way to love? How can loving someone is wrong? Why are we condemned for loving? When love is all we have in the world? That is what it's left for us. And honestly, that is what I want to do. I don't want to be damned for loving you, I don't wanna have to hide it. 

If it was someone else I could suffer "in community", but since It's you I have to suffer "in silence". Does this seem fair? No, and it's not. All of this is so strange. On one hand, I feel that I don't want to fall for you because it would be easier. But on the other hand, I feel that I fell in love with the right person, and I can't imagine being without you. And you know what? This isn't bout us being together because I love you, and loving means that I want you to be ok, and I want you to be a 100% happy, and if that's not with me, that's fine.

Yes.....that's fine, I just want this pain to end.



21 de janeiro de 2017

my little boy


Sometimes I want to go back, so I could have you every day.
My little boy, just dont forget me. I love you so intensely. 
I want your hugs, your kisses, your screams and (yes) your crying. 
Sorry if I didnt enjoy the time with you. 💕💕

17 de janeiro de 2017

a partida

[dia 15 de janeiro, 04:45]

Eu e as cinco pessoas que aceitámos esta aventura fizemos as ultimas despedidas no aeroporto, os últimos abraços e as pessoas que lá nos deixaram encheram-no de palavras de carinho, olhavam umas para as outras com um olhar de quem sabe exatamente o que o outro está a sentir.

Nós subimos as escadas rolantes, errámos o andar no elevador e fomos em direção ao avião que nos levaria a voar sobre o que até agora era só um sonho e uma expectativa. Rimos, comemos algo, e embarcámos.

Não passaram mais do que quinze minutos e demos por nós a olhar uns para os outros, com um olhar, à semelhança dos nossos pais, de quem sabia o que o outro estava a sentir. E ouvíamos coisas como "Seis meses? Agora é que estou a pensar" "Será que aguento?" "Eu não estava mentalizada" "Achei que nunca mais me via neste avião e agora..." 

Palavras de quem estava com medo do que iria acontecer quando o avião pousasse. (ou palavras de quem tinha medo que o avião não chegasse sequer a pousar HAHAHA) 

A visão da nossa fila eram de cabeças encostadas no ombro do companheiro do lado, eram de conversas encorajadoras, eram de olhares pela janela, era uma visão de seis jovens num avião, rumo a uma das maiores aventuras da vida.

Era uma visão tão genuína, éramos só nós, com medo e com uma ansiedade inexplicável mas capaz de nos entendermos uns aos outros.


Não me mentalizei

Sinto que nunca estive mentalizada de que ia estar aqui. Nunca me cheguei a mentalizar de que dia quinze de janeiro eu ia entrar num avião para viver fora durante seis meses, para crescer a um nível fora do meu alcance de pensamento. Será que ainda hoje eu tenho noção do que são seis meses? Na verdade eu creio que não, mas é aos poucos que descubro tudo isto. Talvez o facto de já aqui ter estado dois meses me leve a amenizar as coisas, e neste momento tenho medo do momento em que me vai "cair a ficha" de que seis meses é meio ano, e meio ano é muita coisa.

Talvez as pessoas que lá deixei tenham mais essa consciência do que eu própria, e essa talvez seja a minha maior certeza. Os últimos abraços que dei vinham sempre acompanhados de lágrimas mas nunca da minha parte.

Porque talvez em momento algum eu considerasse uma despedida.