23 de maio de 2016

Foste tu que te levaste

Sentei-me. Deixei tocar uma playlist (a preferida e que por si só me faz chorar). Respirei fundo. E comecei a pensar em como colocar em palavras toda a dor de que me quero livrar. 

Pensei ainda se deveria escrever isto para mim, para ti ou para o nada.

Escrever para mim seria estúpido, seria enviar a dor para quem a sente, e culpabilizar-me mais ainda por tudo isto.

Escrever para ti ou para o nada seria a mesma coisa. 

Por isso decidi apenas escrever. Sem um destinatário, mas com a esperança de que um dia leias e percebas tudo.

Percebas que quando penso em nós, são as lágrimas que falam por mim, são elas que transmitem a dor que sinto e a libertam por instantes do meu interior, mas é momentâneo, e todo o sentimento de arrependimento, tristeza e saudade, regressa. 

Acreditei em ti como talvez nunca tenha acreditado sequer em mim. Acreditei em cada palavra que saiu da tua boca. Acreditei que cada gesto era verdadeiro e que me deveria trazer apenas segurança. 

Senti-me segura nos teus braços, com a certeza de que nunca mais precisaria sentir falta deles.

Agora, não sinto falta de outra coisa.

Durante anos vivi com medo de que te levassem de mim. Mas foste tu, foste tu que te levaste. E, sozinha não consigo resgatar-te.

Peço-te que voltes. Não precisa de ser para mim, mas volta a ser quem eras.

15 de maio de 2016

Ás vezes eu tento...

só por uns instantes,

perceber-te.

Mas nunca consigo.

1 de maio de 2016

Fingir, desabar e sorrir

Respirei fundo antes de pressionar o dedo sobre qualquer tecla, 

Pensei na primeira dor que queria expor em palavras. Não consegui. 

Estou tão cansada de tentar ser forte. De esconder a dor. Para uns sou o drama em pessoa, já outros pensam que tudo me corre bem. Há dias em que me sinto completamente sozinha, já noutros vejo-me rodeada de pessoas para as quais tenho de ocultar sentimentos. 

Se para uns posso desabar na segurança de os ter sempre ao meu lado, para outros tenho de me aguentar firme e sorrir, pois um passo em falso e abrirei a cortina para o meu julgamento.

Vejo-me a olhar para o nada e pensar em tudo o que poderia ter feito, em tudo o que quero fazer e não consigo. Vejo-me tão inútil. Sinto-me desabar como quando se sopra para um casa feita de palitos. Frágil. 

E pensava que tudo isto só aconteci em filmes.