26 de outubro de 2017

o eu que sempre quis ser [e que não é]

O eu que sempre quis ser não é, sem dúvida, o mesmo que estou a viver. E ainda bem. Quando era mais nova, digo, pela altura do secundário, tinha muitos sonhos, um deles é que queria ser cantora. Quem me conhece dirá, que isso realmente jamais passaria de um sonho. Porque não canto bem nem algo que se assemelhe, mas com aquela idade eu não entendia isso. Eu gostava de cantar e era o suficiente. E não era? Realmente era. Mas eu não sabia. Não digo com isto que eu deveria ter seguido a área da música, porque agora eu dou graças por não tê-lo feito. Mas ninguém me pode dizer que não daria. Eu gostava do que fazia, e eu tinha um sonho. Se se ia realizar ou não, só todas as etapas da vida me poderiam mostrar, não deveriam ter sido as pessoas a anular essa possibilidade. Nunca devem ser outras pessoas a anular possibilidades que devemos ser nós a decidir. 

O eu que queria ser era alguém muito independente. Alguém capaz de fazer qualquer coisa, sem depender, ou sem, de alguma forma, sentir a necessidade de ter uma pessoa ao lado. E sabem que mais? Isso é o oposto de quem sou hoje. Considero que consigo desenvolver as minhas ideias sozinha, mas afirmo que saem muito melhor se forem feitas com alguém do meu lado. Porque eu sinto falta de pessoas, eu preciso de pessoas e eu amo pessoas. E quando era mais nova diziam-me que eu tinha que me habituar a não ter ninguém para estar lá e ajudar-me. É isso que realmente devemos ser? Pessoas que não precisam de pessoas? Isso não nos torna independentes, torna-nos solitários. E isso é muito diferente.....muito diferente. 

O eu que queria ser era alguém capaz de mudar pequenas coisas que fazem grandes diferenças. E eu tenho conseguido. Porque aprendi a ser surda ao que muitos me diziam. Aprendi a tapar os ouvidos quando me diziam que somos uma gota no oceano e que por muito que queiramos mudar alguma coisa no mundo, é difícil e quase impossível. Só é impossível se não nos levantarmos e começarmos a agir. 

Não deixes que alguém dite o que é possível ou não na tua vida. Não deixes que apaguem um sonho só porque não o vêm em ti. Se tu vês, luta por ele e descobre por ti mesmo se é o que realmente queres ou não. O eu que queres ser, pode não ser aquele que realmente vais ser, mas que não seja porque alguém te disse que não conseguirias, ou que não era para ti

25 de outubro de 2017

ancorada no amor

Há algum tempo que queria mudar o rumo deste blog, porque sem dúvida o título "Diário, não contes a ninguém" a certa altura já não fazia sentido. Inicialmente este era um espaço que para mim significava estar sozinha, tornar escrito o que eu sentia, mas que de alguma forma não queria partilhar. Hoje, esse conceito muda. Este espaço tornou-se o local onde me sinto compreendida por quem o lê, e não porque o inventei na minha cabeça, mas porque mo foram dizendo e partilhando.
E se antes este era um espaço escuro e com cara de "reservado" hoje é um espaço claro, criado para transmitir paz e a certeza de que aqui tudo é escrito para alguém, que de algum outro lado, vai compreender [ou tentar] o que se está a passar. 
Não vou escrever como se tivesse um público à espera, vou escrever como tenho feito até aqui: quando sinto que devo e quando tenho realmente algo a dizer. Este espaço não é movido a datas, nem a quantidade de textos semanais, mensais ou mesmo anuais. Sinto-me extremamente grata pela quantidade de pessoas que, de alguma forma, se foram dirigindo a mim, encorajando-me a continuar com este espaço, não só porque gostavam da minha forma de escrever mas porque se identificavam, e isso é o mais importante para mim. É o que me faz mover neste espaço. O saber, que do outro lado, alguém sente cada vírgula do que tento transmitir. É uma honra ver este espaço crescer. Ver que cada vez mais pessoas encontram aqui uma casa também. 

Descalça-te e sê bem-vindo. 

19 de outubro de 2017

a special person

Este texto talvez seja dos que mais anseio fazer. Porque se trata de uma das pessoas mais especiais que já conheci. E talvez tu não tenhas noção disso, ás vezes nem eu tenho. Mas há dias em que eu olho para qualquer coisa e pergunto-Lhe [porquê?]. São muitos porquês para esta minha cabeça. E tu sabes a maior [se não a total] parte dessas perguntas. Há outras que tu ainda desconheces. Mas o maior porquê, surge quando penso que não sou digna de ter a tua amizade. Não sou. Não sou mesmo. Demasiado especial. Outros dias eu penso que tu não me mereces. Demasiadas palavras saem da minha boca e torturam a última gota de paciência de alguém. [descobri que tu tinhas gotas extra em muitos momentos], mas cada palavra sai sentida, cada palavra sai com significado, cada palavra não é só uma palavra, é tanta coisa. E eu sei que tu entendes isso, na maior parte to tempo.  

Hoje, eu quero usar o teu aniversário como pretexto para te dizer tanta coisa que se me vai escapando [ou que simplesmente tenho medo] de dizer durante os outros dias. Foste incrivelmente moldada de uma forma tão diferente que cativa aqueles que te percebem no primeiro instante. Cativas sem saberes que cativas. Há alguma coisa em ti que te torna diferente, e que vai mudar muita coisa em muita gente. O teu coração. Não te canses de o usar da melhor maneira. Não desistas do que tu sabes que é [mais] importante. Não te esqueças, da única coisa que no fim, vence. [o amor] 

[o amor] vence, sempre. 

E se isso é uma das coisas que temos em comum, nós temos conseguido conciliar muito bem. É o nosso equilíbrio que nos permite diversos momentos [que jamais consegui com outras pessoas]. É o nosso equilíbrio que me permite partilhar versículos contigo, ouvir perguntas e tentar responder da mesma forma que gostava que me respondessem. É este equilíbrio que me permite partilhar a minha fé. É por este equilíbrio que eu coloco alarmes para orar por ti com a Drika. É este equilibrio que permite aquela mensagem antes de eu partir para Barcelona [e que até hoje sussurra no meu ouvido]

É por este equilíbrio que eu Lhe peço que mude mentalidades. Que mude este mundo que em vez de pregar o amor que vence, prega o amor que mata

Obrigada por me teres aturado até aqui. Por não seres fácil. Por desafiares. Por seres diferente. Por não desistires. Por me deixares dormir em frente à câmara. Por adormeceres em frente à câmara. Por contares as melhores piada. Por veres aqueles vídeos comigo [repreendidos em nome de Jesus]. Por partilhares a tua vida comigo. Por me deixares partilhar vida. 

Por seres a Joana Campos,
que eu não merecia, 
que eu não mereço,
e que nunca vou merecer. 

Love you Darlene Lula 

[ah, parabéns!]