O Medo

Eu tenho medo.

Medo de continuar a ter medo.

Tenho medo que haja mais mudança. Tenho medo de perder mais alguém. Medo de continuar a aproximar-me assim das pessoas e no fim, perdê-las.

Tenho medo que tudo continue assim.

Tenho medo de já não me conseguir explicar. E cair num buraco fundo.

Eu tenho medo e não consigo deixá-lo para trás.

A dor do amor

Hoje fazes 10 anos. Uma década. Não é qualquer número. Não é uma data qualquer. E hoje, mais que nunca, sinto-me inútil. Sinto que há tanta coisa que não faz sentido para mim. Há quatro anos que não passo este dia contigo, fruto de muita coisa, principalmente de escolhas, umas couberam-me a mim, outras nem tanto. Somos fruto de muitas decisões. Mas através de sentimentos entendemos-nos muito bem, não são precisas muitas palavras, nunca foi preciso.

Assim que a chamada foi desligada, não pude conter-me. Chorei, e vou continuar a chorar as vezes que forem necessárias, fico de consciência tranquila, por saber que é consequência de um grande amor, enquanto chorar de saudade, é porque te amo, como sempre te amei e amarei.

Há quatro anos que te quero dizer tanta coisa e não consigo. Há quatro anos que vejo o teu crescimento de longe, e com um coração tão apertado. Há quatro anos que quero que isto acabe. Há quatro anos que entendo o verdadeiro significado de AMOR.

Desculpa se continuo a não ser a melhor irmã do mundo. Desculpa não poder ser aquela irmã que te acorda de manhã, aquela irmã que te serve o almoço quando é preciso, ou o lanche e jantar. Aquela irmã que te vai chatear a qualquer momento só porque sim, aquela irmã que te pergunta como foi o dia da escola, aquela irmã que te ajuda nos trabalhos de casa. Desculpa não ser a irmã que queria ser, e sonhei ser.

O dia é teu, a saudade é nossa. Eu, amo-te!