Há um ano atrás eu estava noutro país. Acabava de começar uma aventura que iria durar seis meses. E a desmotivação já se levantava comigo. Conhecer-te tornou-se o meu maior desafio e vontade de haver um novo dia. Acordar ás nove da manhã mas saber que ás nove da noite te ia ver, te ia ouvir. Mudava tudo. E aqui estava prestes a começar tudo o que viria de nós. Vieram muitas videochamadas em skype. Longas. Em muitas delas disseste-me que eu não ia gostar de conhecer-te verdadeiramente. Um ano depois, estamos aqui. E garanto-te. Foi a minha melhor decisão. E se ainda não sabes: eu gosto de te conhecer. Eu gosto de continuar a descobrir-te. É provável que não te lembres de muitas das nossas conversas. E talvez eu só me lembre tão bem porque as tenho gravadas. Mas há algumas, que um ano depois merecem ser partilhadas.
(M) "Eu ás vezes só não te consigo compreender. Mas dependendo da pessoa eu tento entender, ou não. E há pessoas que tu vais sempre querer tentar entender"
(L) "E porque é que eu sou uma dessas pessoas?"
(M) "Eu não sei..."
Um ano depois. Eu ainda não sei. E provavelmente nunca saberei. Mas és. E eu não quero que deixes de ser. Eu não consigo pensar que tens dezassete anos. Que tinhas dezasseis durante toda esta caminhada. Não cabe no meu entendimento. A forma como levaste tudo isto. A forma como lidaste com as tuas e as minhas decisões.
(L) Não te apegues demasiado
(M) Sou péssima nisso
Um ano depois. Só tenho a certeza de que realmente sou péssima. E agora tu partilhas a mesma certeza. Talvez isto era para ser um aviso. Obrigada. Mas não o consegui levar muito em consideração.
Nunca conheci ninguém como tu. Duvido que vá conhecer. E tantas vezes sinto que não te mereço (muitas pessoas iriam concordar com esta frase). Sinto que Deus me deu mais do que merecia em muitos momentos. Sinto que Deus foi demasiado generoso em colocar-te na minha vida. Eu amo o desafio de tentar cuidar de ti, mas muitas vezes acabar por ser cuidada também. Eu amo o desafio de amar pessoas tão diferentes de mim. Amo o desafio de simplesmente amar pessoas. E contigo eu tenho vivenciado uma dimensão diferente de amor. Do não-limite que existe.
Não é por parecer bonito que estou a dizer tudo isto. É uma realidade. Errámos muito durante este ano. Mas errámos juntas também. Soubemos dar espaço, voltar e conversar sobre tudo. Ser sinceras. Partilhar tudo o que sentíamos, sem deixar margem de erros. Isso permite-nos muita coisa. Mas, da minha parte, permitiu-me conhecer-te e querer conhecer-te cada vez mais. Permitiu-me olhar para ti de outra forma. Ver uma Laura que poucos conseguem ver. E ainda bem.
Nem todos merecem a Laura que eu conheço. Talvez nem eu mereça.
Sou muito grata por te ter.
Love you, little morcega
[ah]
Parabéns.
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